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COM LICENÇA CORONEL! OPS! SARGENTO, ALIÁS, CAPITÃO...


Esta é uma trapalhada comum, com grande potencial de prejudicar o trabalho durante a reportagem.

Confundir patentes na hora de tratar com militares, seja das forças armadas ou das polícias, atrapalha o contato com a fonte e pode criar um clima de má vontade em quem se sentiu diminuído na posição hierárquica conquistada após anos de serviço. Alguns mais radicais podem até ficar ofendidos e se fechar.

Não é sempre que se faz reportagem com gente do Exército, Marinha ou Força Aérea. Mas policiais militares estão praticamente todo dia na pauta. É inaceitável que um jornalista não saiba distinguir os postos que as fontes ocupam e qual o alcance de comando que aquela patente confere ao seu detentor.

Chamar um capitão de cabo na hora de buscar informações sobre a operação policial que a equipe está acompanhando é pedir para ser mal atendido. Quanto mais alta a graduação, maior o risco do erro complicar a vida do repórter.

Militares são formais por natureza, e nem todos são compreensivos com jornalistas mal preparados, ainda mais em situações de tensão.

Além de criar um constrangimento com a fonte, o desconhecimento das patentes influencia na apuração.

É pouco provável que um soldado se disponha a explicar diante das câmeras aspectos estratégicos ou mesmo político/sociais de uma determinada operação policial. Ele pode até ousar falar, mas será desautorizado pelo seu comando e o repórter ainda passará recibo de ignorante diante dos oficiais, que decidem o que a tropa faz.

Um oficial ou mesmo um sargento que observa um repórter chegar na ação e ir direto entrevistar o primeiro soldado que encontra já vai ficar de má vontade com a equipe, pois aquela atitude afoita do profissional de certa forma o diminui diante da tropa que comanda. Além de demonstrar despreparo do jornalista.

Para não perder tempo, poupar constrangimentos e ganhar mais respeito com as fontes militares, todo repórter tem que saber identificar as graduações que eles carregam nos ombros, braços ou quepes.

No caso das forças armadas, que tem contato mais esporádico com jornalistas e onde os militares são mais arredios com a imprensa, é fundamental demonstrar conhecimento das patentes para ganhar credibilidade e facilitar o acesso ao que se deseja.

Também é preciso saber que há diferenças nas denominações, conforme a força. Não se pode cobrir ações que envolvam a FAB e chamar um brigadeiro de general, que é uma graduação exclusiva do Exército. Também não dá para embarcar num navio da Marinha e chamar o almirante de brigadeiro.

Voltando às polícias militares, seria ridículo para o repórter chegar no comando e perguntar pelo general, quando em todas elas o posto máximo que se alcança é o de coronel.

Portanto, informe-se para não pagar mico e ainda ter muito mais trabalho para fazer sua reportagem.


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